LabRua

LabRua participa da II Jornada Sociatos

2018-24-05; palestra, sociatos, debate

No dia 17 de maio, aconteceu na UFCG, a II Jornada Sociatos, que teve como tema “Viver e (re)inventar a cidade: Percepções, experiências e práticas”. Nossa diretora Aída Pontes e Raiff Mangueira (Babu), foram convidados a participar do debate.


Em um primeiro momento, no turno da manhã, Aída e Vanderlan Silva (UFCG) compuseram a Mesa 1: “A cidade, projetos e usos”. Incialmente, houve uma apresentação sobre o que é o LabRua, mostrando desde o que são nossas pesquisas até os eventos e intervenções urbanas realizadas por nós. Além disso, Aída falou um pouco mais da sua própria experiência de vida como arquiteta e urbanista, e, principalmente, como cidadã andante e ciclista, tanto aqui em Campina Grande quanto em outras cidades onde já morou.

Em seguida abriram-se sessões de perguntas que puderam desencadear um debate sobre os usos e as formas de se fazer uma cidade mais democrática e pensada para as pessoas, como a partir da utilização de fachadas ativas ou de uso misto, que tornam os espaços públicos mais seguros e usáveis; o respeito à hierarquia do trânsito, sempre dando prioridade aos pedestres e aos ciclistas; e a questões voltadas para a resistência e militância dos ciclistas na cidade e o diálogo com a prefeitura.

Também foram feitas perguntas sobre a experiência da primeira edição do “Lab.na.Rua”, que aconteceu no dia 21 de abril e ocupou uma das praças da cidade com música e diversão, recebendo elogios e agradecimentos que nos incentivaram a continuar levando para a prática aquilo que tanto vemos no que pesquisamos. Algumas pessoas se interessaram em fazer parte da nossa equipe e já adiantamos que está previsto o ingresso de novos integrantes no segundo semestre de 2018, dando prioridade para pessoas que não sejam de arquitetura e urbanismo, devido a grande maioria de nossos pesquisadores serem da área. Ao final da mesa, percebemos como as semelhanças ideológicas fazem possíveis uma parceria LabRua-Sociatos, abarcando interdisciplinarmente a discussão para uma vivência melhor nas cidades.

No segundo momento, formou-se a mesa “A cidade e suas múltiplas vivências”, que contou com representantes de alguns grupos sociais: Clara Farias, mulher negra, lésbica, feminista e estudante de Arte e Mídia, Maria Goretti, Mãe de santo e militante, Odair Santos, praticante de Parkour, Regis Gonçalves, representante do Centro Informativo de Prevenção, Mobilização e Aconselhamento aos Profissionais do Sexo (CIPMAC) e Raiff Mangueira, artista de rua, estudante de Urbanismo e Arquitetura e membro do LabRua.

Nesta mesa cada um contou suas vivências na cidade e percepções quanto a sua representatividade. Como representante do pixo, Babu levantou a importância da pixação como uma forma de ocupação, reivindicação do espaço público e questionamentos quanto as cidades cercadas por muros que negam a rua e consequentemente toda uma cidade invisível aos olhos das classes mais abastadas da sociedade.

Vale ressaltar a importância desse evento para uma discussão sobre cidade e a forma como a enxergamos e vivenciamos, dando voz a representatividades sociais bastante relevantes em nossa sociedade, mas invisíveis, e quando não, sofrem com preconceito e outras diversas formas de opressão no contexto de cidade autoritária e segregadora na qual estamos inseridos.